quarta-feira, maio 04, 2005

No dia em que Mourinho perdeu

Mourinho perder, é notícia. Felizes os que conquistaram esse estatuto.
Com um golo madrugador e algo duvidoso, o Liverpool qualificou-se para a Final da Liga dos Campeões, apesar do intenso e categórico domínio do Chelsea, em Anfield Road. È futebol.
Confesso que o homem me irritava quando era Adjunto no Barcelona com aquele seu ar muito diligente e interventivo. Mais tarde tive que admitir que havia ali coragem na maneira como se atirou de cabeça para a carreira de Treinador Principal. O percurso posterior fala por si e já ninguém dúvida da sua enorme competência.
Mas, para mim, a admiração e o respeito só chegaram, quando numa singela entrevista, se afirmou Setubalense de gema e Vitoriano de coração. O amor pela terra onde nasceu e o exemplo do pai são afinal as marcas invisíveis de um carácter firme e desenvolto, que nunca renega as origens, mas que antes as vinca sempre que a oportunidade lhe surge. Não admira assim a aura que desfruta entre todos os Portugueses.
Por fim, sem querer ser rebuscado, não me escapou, ainda naquela entrevista a frase “nasci em Setúbal e cresci em Belém”.
Desde aí, gosto de pensar que o então jovem Mourinho terá solidificado o seu carácter no exemplo de fidelidade de todos aqueles grandes resistentes com quem ele convivia diariamente no Restelo.
Também por isto, que Viva Mourinho.

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