sábado, setembro 30, 2006

Ponto da situação

AGE
Comecemos por aqui: não fui, mas deixo ficar alguns comentários sobre o que mais me impressionou, a fazer fé no relato do ‘Blog do Belenenses’, a quem envio um obrigado pelo serviço público prestado!
- Barros Rodrigues – “As crianças não querem o Belém. Temos de ser um clube de futebol. Doa a quem doer! (...) “O Belém é o único clube com mais sócios do que adeptos. Não temos condições para ter todas as modalidades”.

Comentário:
Vem ao encontro das posições largamente defendidas neste espaço, e têm a força de quem já teve grandes responsabilidades no Clube. De qualquer modo gostaria de reforçar os argumentos, desmontando outros que vêm fazendo escola para que fique tudo na mesma!!!
Cabral Ferreira disse que o ‘ecletismo’ faz parte dos estatutos! Uma fuga típica à questão de fundo. Os Fundadores, se não fosse o futebol, não teriam fundado o Clube de Futebol “Os Belenenses”. Claro que depois, e como era habitual na época, incluíram nos Estatutos a possibilidade da prática de outras modalidades. Não é por ter a roda da bicicleta no emblema, que o Benfica se sente obrigado a ter essa modalidade a funcionar. Funciona quando lhe convém e sempre com o futebol a justificar esse esforço promocional.
Outro argumento, este mais frequente, vem dizer o seguinte: as modalidades só gastam uns tostões, enquanto o futebol desbarata milhões e não consegue resultados condizentes. Isto, assim dito, até pode parecer verdade, mas não é. As modalidades ocupam espaço, distraem o clube da sua razão de ser, têm custos invisíveis, criam verdadeiras ‘quintas colunas’ nos vários órgãos de gestão do clube, e justificam a vaidade de muitas pessoas que se servem do Belenenses em lugar de o servir!
Mas o argumento decisivo é este, e não tenho medo de ser desmentido: Enquanto o nosso futebol não puder concorrer com os nossos rivais da segunda circular, não seremos nunca grandes em nenhuma das modalidades em que eles resolvam concorrer connosco. Isto vale para o basket, andebol, futsal, atletismo, triatlo, etc! E só não vale para o rugby, porque eles não querem, atendendo ao pouco impacto popular que essa modalidade possui. Em Portugal o futebol é que manda e é quem conduz a carroça a que gostamos de chamar desporto nacional!
Portanto, só o futebol pode tornar ganhadoras as restantes modalidades, aquelas que atraem alguma atenção popular.
Deixem-se por isso de sonhos infantis.
Merecem também reflexão duas outras intervenções na AGE, sem qualquer desprimor para as outras, uma vez que me baseio no relato já citado:
Abel Vieira – “perdemos dois mil sócios por ano”!
Sem comentários.
Elísio Gouveia – “com 300 mil contos por ano investidos em formação, somos um clube de topo”.
Comentário: deduzo que seríamos um clube com capacidade para atrair as jovens promessas que hoje preferem vincular-se ao Benfica, Sporting e Porto, ainda que seja para serem emprestados a outros clubes. Estou a falar de jovens, atenção.
É também minha convicção a necessidade de redobrarmos esforços na área do futebol juvenil.

Salésias - Restelo
Passeio de saudade e reflexão, e que sirva para reencontrar o caminho perdido. O caminho das vitórias. Estamos fartos de perder.

Belenenses – Boavista
Para ganhar.

Saudações azuis.

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