quarta-feira, abril 23, 2008

Belém à consignação!

Confesso que tinha alguma esperança que esta Direcção (intercalar) não alterasse as regras do jogo a meio do jogo, ou seja, antes do fim da época. Refiro-me básicamente ao dossier treinador, que concentrava e concentra algum poder, talvez exagerado, mas que as circunstâncias assim determinaram e que o próprio fez questão de assegurar com êxito. Também por isso encaixou sem pestanejar o contratempo 'Meyong', vestindo a camisola em deslize alheio, o que convenhamos tem que ser realçado!
Mas não, apressada, querendo de imediato instalar-se e instalar os seus conceitos, a Direcção terá ajudado a criar um ambiente de desconfiança, que é sempre mútuo, e a partir daí as coisas começaram a correr mal e pelos vistos estão em vias de descarrilar!
Em anterior postal evidenciei a consonância que deve existir entre o treinador e o presidente, pois seja o clube que for, é meio caminho andado para o sucesso; também estou convencido, e isto vale igualmente para qualquer clube, que o problema nunca é do treinador mas sim da Direcção, e no caso do Belenenses, conhecido cemitério de treinadores, esta afirmação parece ainda mais indiscutível. Seria uma razão acrescida para ter algum cuidado no relacionamento com Jorge Jesus, que se adaptou ao peculiar funcionamento de um clube “à consignação” (!), ganhou a simpatia dos adeptos, conseguindo ainda obter bons resultados desportivos!
“Clube à consignação” é isso mesmo que estão a pensar, é a realidade de muitos clubes da primeira Liga, em que o clube funciona como entreposto dos negócios dos outros, cobrando pelo espaço uma pequena comissão!!! O que não se esperava é que o Belenenses caísse nessa ridícula situação! Pelos vistos, jogadores e até o treinador não são nossos, podem sair livremente sem recebermos nada em troca! Por isso alguns nos atingem com o insulto de 'clube virtual'! E mesmo assim o nosso discurso pouco tem mudado, é ele também um discurso virtual! Hoje como ontem é o discurso das 'contas certas'... e elas, as marotas, sempre incertas! Damos agora o mau exemplo do Boavista mas esquecemo-nos do bom exemplo do Boavista quando ousou ganhar um campeonato nacional!
A ver se nos entendemos, toda a gente é pelas contas certas, mas a justificação é que tem que ser outra, e afirmada alto e bom som: temos que ter as contas certas porque não queremos sofrer na pele aquilo que 'outros' (vocês sabem quais são) nunca sofrerão em igualdade de circunstâncias. E podemos acrescentar - por isso somos obrigados a aceitar uma concorrência desleal permanente. Este, e não outro, é o discurso certo para as contas certas, a ser proferido no local certo - na Liga, na Federação, e na Secretaria de Estado. E deixem o Boavista em paz.
Saudações azuis.

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