domingo, setembro 14, 2008

Trocas e baldrocas

Trocar de presidente?! Já está.
Trocar de treinador?! É já a seguir.
Trocar de jogadores?! Todos os dias.
E para quando trocar de sócios?…

Vi o jogo treino com o Vitória de Setúbal e li hoje as declarações de Casemiro Mior. Mas comecemos pelo jogo:

Uma nova experiência, uma nova equipa (diferente da que jogou na primeira parte contra o Paços de Ferreira) e ao que tudo indica apontada a Alvalade.
Principais diferenças – a entrada para o eixo defensivo de Alex (no lugar de Arroz) fazendo companhia a Carciano; as laterais foram ocupadas por Mano no lado direito (em substituição do lesionado Baiano) e por Maykon na esquerda ( no lugar do também lesionado China); à frente da defesa jogou Gabriel Gomez, enquanto Cândido e Silas fechavam de um lado e do outro do meio campo; mais à frente vagueavam Wender e Roncatto, com aquele a descair (desmarcar-se) muito para as faixas; no centro do ataque estava Porta.
Portanto, muitas caras novas.
Na primeira parte do treino o Vitória controlou o jogo graças a uma maior mecanização e entreajuda entre todos os elementos mas seria injusto não realçar a importância de ter Leandro Lima, um jogador acima da média que se mexe e faz mexer a equipa. Nós não temos, por enquanto, um jogador com essas características a meio campo – qualidade e espontaneidade do passe a significar grande visão de jogo. E a propiciar a obtenção de golos.
Do nosso lado, quer Silas quer Cândido Costa, e mesmo Gavilan, têm sempre um compasso de espera, que dá tempo ao adversário para se recompor ou tentar o desarme.
E por falar em golos, a primeira parte também revelou essa faceta que começa a complicar as contas de qualquer equipa – enorme dificuldade em criar situações de golo e já sabemos que para marcar uma vez precisamos de criar várias oportunidades.
O Vitória marcou num lance fortuito de contra ataque (pediu-se fora de jogo) mas a verdade é que o passe que desmarcou o avançado sadino surpreendeu a meia esquerda da defesa azul. O segundo golo aconteceu através de um livre bem marcado, uma simulação inicial de remate que enganou Costinha. Esta foi a história da primeira parte com o Vitória a recolher aos balneários a ganhar por 2-0.

Na segunda parte o Belenenses surgiu sem alterações mas com outra velocidade a trocar a bola e com a equipa mais junta. E finalmente com os laterais a subirem (na primeira parte só Maykon se aventurou) com Mano a mostrar rapidez e envolvência. Aconteceram então algumas jogadas perigosas, alguns cruzamentos à linha, que arrancaram os primeiros aplausos aos sócios do Belenenses. O uruguaio Porta revelou-se um jogador ágil e com poder de elevação, falhando por um triz um cabeceamento que daria um bonito golo! Roncatto, até aí enervante, muito individualista e conflituoso, teve finalmente uma boa jogada falhando o golo só com o guarda-redes pela frente. Estamos a falar de Pedro Alves que já jogou de azul e que entrou na segunda parte, ficando na retina uma extraordinária defesa sobre um potente livre de Gavilan!
Apesar de todo este pressing o Belenenses haveria de ser surpreendido num contra ataque já perto do final sofrendo assim o terceiro golo e com a equipa a denotar já pouca capacidade de recuperação defensiva.
Mas este segundo período foi do Belenenses… só que não marcamos (e falhamos) golos!
A cinco minutos do fim Casemiro Mior fez algumas substituições de uma assentada mas já não deu tempo nem para jogar nem para fazer uma apreciação de quem entrou.


Conclusões:

É preciso definir a equipa principal de uma vez por todas e assim que esteja definida torna-se necessário apostar nos respectivos jogadores a fim de os moralizar;
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O patrão da equipa ainda não existe nem pode existir atendendo ao que se diz no ponto anterior, não obstante o facto de termos de inventar um ‘Leandro Lima’. A propósito, o que é feito de Sérgio Organista?!
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Nesta primeira fase do campeonato e atendendo à deficiente interligação entre sectores (na minha opinião, a principal responsável pelos golos sofridos) talvez fosse preferível armar a equipa sobre o ‘pendor defensivo’ , com dois trincos rápidos, acautelando as dobras, numa espécie de equipa de contra ataque, sistema familiar à mentalidade dos jogadores mais antigos do plantel;
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Entretanto, não vamos entrar em dramas escusados e pode ser que a equipa engrene de repente… já em Alvalade. E logo em Alvalade…
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As declarações finais de Casemiro Mior não são brilhantes, especialmente pelo tom. Os treinadores também precisam de sorte mas não podem ter um discurso desmotivante;
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Por muito que queiramos minimizar o vazio directivo (e quem o provocou) a verdade é que se sente no Restelo um ambiente de culpa (e apreensão) que não dá para disfarçar. Os sócios cochicham em pequenos grupos mas todos sabemos que a responsabilidade pelo estado do Clube é nossa – de todos os belenenses. Prevejo tempos muito difíceis para além do futebol.

Depois de Alvalade voltaremos ao assunto… do futebol.
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Saudações azuis.

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