sábado, maio 31, 2008

6+5 para quê!

A regra ontem aprovada pela FIFA “segundo a qual as equipas podem alinhar com um máximo de cinco jogadores estrangeiros, sendo os restantes seis obrigatóriamente elegíveis para jogar na selecção nacional do clube em causa (…) esbarra como se sabe nas leis da União Europeia pois é contrária ao princípio da livre circulação (…) e o comissário europeu para o emprego e assuntos sociais já considerou que a regra é inaceitável, deixando um aviso claro: serão levantados processos de infracção contra os estados membros que a apliquem”.
Deixando para melhor altura uma análise aos aspectos rácicos e xenófobos da proposta Blatter (que visa atingir os jogadores brasileiros e é portanto contrária aos interesses do universo lusíada), olhemos a questão à luz das consequências para um clube como o Belenenses:
Todos sabemos que sem a enorme oferta de jogadores bons e baratos oriundos do Brasil o campeonato português seria ainda menos competitivo, e se os clubes com menos posses (leia-se ‘apoios do estado’) tivessem que utilizar obrigatóriamente seis jogadores portugueses em cada jogo (com as naturalizações mais dificultadas, a obrigarem a cinco anos de residência contra os actuais dois) fácilmente se conclui que os bons jogadores portugueses seriam imediatamente arrebanhados pelos três clubes do costume. Para os outros ficaria o refugo, e então o fosso desportivo entre grandes e pequenos ainda seria maior.
É isto que queremos?
Claro que não.
Saudações azuis.

Nota: Michel Platini já disse que considerava a proposta bastante positiva, portanto a UEFA continuará (democraticamente) a apoiar os interesses dos grandes clubes. Resta-me adivinhar qual será a opinião da federação portuguesa de futebol.

Fonte: Jornal Record de 31/05/08

sexta-feira, maio 30, 2008

Não é fácil

Não é fácil pôr este clube a funcionar, esperam-se as maiores resistências, até porque o inimigo é invisível e quando sai dos buracos e vem ao nosso encontro, aparece sempre equipado de azul com o emblema ao peito! Emblema com imensos anos, a ouro e brilhantes, fora as medalhas por serviços prestados, cujo peso dá cabo de qualquer espinha!
É como lhes digo, não é fácil, e este episódio do conselho fiscal adivinhava-se, para mais com uma auditoria em cima. Dois e dois são quatro, logo, tem que haver responsáveis caso se prove gestão menos apropriada, para não dizer danosa, que é um termo forte.
Não está fácil e mais difícil se torna quando se insiste em levar para a Direcção gente comprometida com o passado. São concerteza boas pessoas, senão nem seriam do Belenenses, mas têm pouca margem de manobra, e se fosse para brilharem, já tinham brilhado.
E volto á minha, não está fácil porque, como afirmei no postal anterior, no Belenenses ninguém se sente responsável por nada, nem mesmo aqueles que andam à volta do poder há um ror de anos! A culpa é dos árbitros, da liga , da federação, seja de quem for, porque nós, estamos inocentes, somos uns coitadinhos.
Mas haja esperança, este presidente Sequeira tem surpreendido pela positiva, parece que tem uma ideia para o clube e a novidade é que pretende pô-la em prática!
Apoiamos.
Mais do mesmo é que não,
Saudações azuis.

quinta-feira, maio 29, 2008

A pista soviética

Ainda há quem não tenha reparado na floresta de tanto olhar para a árvore que tem em frente do nariz! Quero eu dizer que a história da decadência do Belenenses tem muitas histórias mas existe uma que não se pode esconder ou escamotear: a seguir ao 25 de abril de 1974 sofremos o assalto de uma ideologia mortal para as aspirações de qualquer colectividade, seja ela país ou clube – refiro-me à mentalidade comunista. Que é pior que o comunismo, porque é a fingir, não passa da mente, e só se aplica aos outros!
A explicação é esta, não há que fugir dela, e a sul do paralelo (das ‘mocas’) de Rio Maior não houve clube que não fosse parar às urtigas… pelo menos. Salvaram-se Benfica e Sporting porque faziam (e fazem) parte da propaganda do estado e mesmo assim tiveram que se contentar com as migalhas que sobejavam do norte.
Esta conversa não diz nada aos mais novos e não a trago aqui para caçar bruxas mas apenas por uma questão profiláctica, para sabermos quem somos, para percebermos o que nos aconteceu. É que sem memória não podemos construir o futuro.
Aos mais esquecidos, convém recordar que o Belenenses passou por uma espécie de ‘prec’, com os ‘heróis’ da época a mudarem o nome do estádio, a chamarem fascistas a tudo o que mexia, não poupando sequer os belenenses mais ilustres, aqueles que dedicaram uma vida ao clube… e nunca o atiraram para a segunda divisão.
O nosso problema não foi portanto a revolução, mas os ‘revolucionários’ que ocuparam o poder (ainda lá estão) e que apesar de reciclados (por fora) mantém a mesma mentalidade errónea e perdedora, pouco dada a rasgos ou iniciativas, preferindo usar o clube para satisfazer os seus sonhos minúsculos.
É por essas e por outras que eu gosto de ver á frente do Belenenses quem já tenha provado ter sucesso nas suas empresas e não nas empresas dos outros.
Nota: as empresas públicas são sempre dos outros, em princípio são nossas!
Saudações azuis.

quarta-feira, maio 28, 2008

Boas certezas

Depois da revoada de notícias e especulações que assolaram a tranquilidade dos adeptos temos finalmente algumas certezas que nos alegram: desde logo a novidade de não haver contratações através da comunicação social, mas sim de acordo com os interesses e com o calendário definido pela Direcção do Clube. Outra novidade que é outra agradável surpresa foi a escolha do treinador! Nesta novidade acertámos apenas na terminação – tinhamos preferência por um treinador brasileiro e que já conhecesse o campeonato português, mas não nos tinhamos lembrado de Casemiro Mior, sem dúvida uma aposta excelente!
Indicado por Scolari, fez um óptimo trabalho no Nacional da Madeira, onde conseguiu um magnífico quarto lugar, valorizando jogadores, e pondo a equipa a jogar bom futebol. Parece que desta vez também se aconselhou com o seleccionador nacional, e esse aspecto não é dispiciendo, porque significa que somos um clube em que os outros acreditam, às vezes mais do que nós próprios!
Desejamos-lhe naturalmente os maiores êxitos e no que isso significa para o futuro do Belenenses.
Saudações azuis.

terça-feira, maio 27, 2008

Laterais altos e baixos

No futebol, como em tudo, os profissionais têm que ser bons, depois logo se vê se são altos ou baixos. Ainda assim existe um perfil clássico de defesa lateral, seja direito ou esquerdo - baixote, bons rins e rapidez de movimentos.
Pela importância que as bolas paradas passaram a ter no futebol actual alguns treinadores preferem laterais mais altos, para ganhar centímetros nos cantos e nos livres que cruzam a área de baliza. Apesar disso, a verdade sobre os defesas laterais mantém-se: não definem o jogo mas é por eles que o jogo passa. Neste sentido são os elementos da equipa que mais tocam na bola; é por eles que circula a descompressão defensiva, ganhando tempo e posse de bola; são eles que conduzem muito do jogo ofensivo, fugindo do trânsito que se acumula no centro do terreno; são eles que se encarregam de criar alguns desequilíbrios no ataque, combinações que normalmente acabam em cruzamentos para a área adversária. Dito isto, e não é pouco, por aqui se compreende a importância de um lateral actuante e sempre em jogo.
Num exemplo que seria bom mote para uma discussão de café, podíamos dizer que o Porto perdeu a Taça porque nunca teve defesa esquerdo e também se podia dizer que o Sporting a ganhou porque dispôs de um bom defesa esquerdo. Com efeito, João Paulo esteve ausente do jogo desde o primeiro minuto e não apenas a seguir à expulsão. E é igualmente justo que se diga que Grimi fez o melhor jogo da época!
Mas voltando, não aos altos e baixos, mas ao desempenho e eficácia de um defesa lateral, um nome sobressai: é ele Léo e corresponde ao perfil acima traçado do defesa lateral clássico. Alturas houve em que este pequeno grande jogador era o único motor que empurrava a equipa do Benfica para o ataque.
Já ninguém se lembra do belenense Moreira, também defesa esquerdo, mas na realidade ambidestro, e que era um espectáculo dentro do espectáculo! Invadindo o meio campo adversário, em sucessivas arrancadas, recheadas de técnica e desenvoltura, outros tempos… no tempo em que no Restelo jogávamos sempre ao ataque! Aquilo a que hoje chamamos ataque continuado.
Para que isso volte a acontecer, precisamos de bons laterais.
Saudações azuis.

segunda-feira, maio 26, 2008

Mourinho implacável

A caminho do Inter de Milão, Mourinho não deixou de arrasar o israelita Avram Grant, seu substituto no Chelsea, e que apesar de derrotado nunca esteve tão perto de ganhar a Liga dos Campeões!
E o que disse Mourinho: - “Depois de dois títulos por época nos últimos três anos, esta temporada houve zero títulos, o que na minha filosofia significa uma época muito má. Talvez na filosofia de um perdedor tenha sido uma grande época, o que respeito”, fim de citação.
Talvez seja por estas e outras declarações que José Mourinho goza de um enorme prestígio entre os portugueses, que vêm na sua ambição e espírito ganhador o contrário da ‘apagada e vil tristeza’ das suas vidas. Talvez seja por isso que muitos dos nossos compatriotas, até à data incondicionais adeptos do Chelsea, não queriam que este conquistasse a liga milionária porque isso corresponderia a uma derrota de Mourinho!
Noutro sentido e para um belenense como eu, haveria um raciocínio mais tortuoso para explorar: da mesma cor azul, o Chelsea é o terceiro clube de Londres, a seguir ao Arsenal e ao Tottenham, significando assim a esperança que o clube da Cruz de Cristo possa, um dia, sagrar-se campeão europeu de futebol!
Porque não!
Saudações azuis.

domingo, maio 25, 2008

Eu quero ciclistas

No futebol moderno quem manda é a vertente física, isto porque a vertente técnica de cada jogador é um dado adquirido. Com efeito, ninguém pode aspirar a uma carreira profissional com algum sucesso se não dominar os gestos básicos da recepção de bola, do passe, da movimentação em campo, etc. A diferença entre os jogadores faz-se na velocidade de execução, e na precisão ou eficácia que daí resulta.
Bom treinador é aquele que aperfeiçoa e tira partido das mais valias dos seus jogadores, incutindo-lhes ao mesmo tempo a cultura táctica em que acredita. O tempo dos toscos, que apenas viviam do músculo e da correria já passou.
Quem são afinal estes ‘ciclistas’, expressão que se vulgarizou, penso eu, através de José Mourinho!
Estou convencido que Mourinho se referia à sua experiência na União de Leiria, cuja equipa dispunha na altura de jogadores com uma velocidade de base muito alta, e que nas transições ofensivas galgavam rápidamente terreno mantendo em constante sobressalto as defensivas contrárias. O exemplo era Maciel, mas havia outros.
Este tipo de jogador adapta-se bem ao jogo de contra golpe, esquema que tanto pode ser utilizado em casa como fora, assim existam os médios (‘volantes’) com rápido pensamento e melhor execução. Do exposto fácilmente se conclui o contrário: que estes ciclistas, vidé o caso Maciel, têm mais dificuldade em jogar em ataque continuado, porque neste cenário lhes falta o essencial, que é o espaço.
Olhando agora para as necessidades do Belenenses, que por certo irá manter o mesmo estilo de jogo, o tal contra golpe, (é assim que jogam as equipas que acumulam uma menor ambição com a escassez de ‘volantes’) verificamos que apenas Weldon possui uma velocidade de base acima da média (Amaral já falámos nele, e jogava muito atrás). Como não sabemos ainda se Weldon fica ou não, arrisco dizer que precisamos de jogadores desse tipo, e curiosamente a União de Leiria ainda lá tem gente dessa.
Para bom entendedor…
Saudações azuis.

sexta-feira, maio 23, 2008

Doca seca

Fala-se de novo no projecto imobiliário, no centro de estágios, nas suas possíveis vertentes, localização, enfim, parece que alguma coisa está a mexer, a querer libertar-se das longas amarras que aprisionam o Belenenses…
Uma advertência: embora tenha sido o primeiro, desta nova vaga, a fazer o link para o célebre projecto imobiliário, aprovado numa não menos célebre AG, a verdade é que os intuitos que me moveram são os mesmos de sempre, a saber: retirar o clube do marasmo em que se encontra.
Sei quem fez o projecto, mas não tenho quaisquer interesses profissionais (e materiais) no mesmo, e inclusivamente, ao longo destes três anos já dei genéricamente a minha opinião sobre o que se deve ou não deve fazer no Restelo. Opinião que vai no sentido da requalificação da área, mas em consonância com a matriz do projecto inicial. Nada de habitações, de condomínios, de cimento armado a torto e a direito, estereótipos que estão na moda hoje mas não estarão por certo amanhã. E aqui é que bate o ponto: temos tendência a raciocinar e planear sobre o que nos parece ser o último grito do pensamento, esquecendo por um lado o que foi feito e entretanto abandonado, e por outro, considerando que chegámos ao fim da história!
Dou um exemplo simples: quando o Benfica resolveu fechar o terceiro anel, preparando-se para assistências da ordem das cem mil pessoas, toda a gente estava convencida que esse seria indiscutivelmente o caminho do futebol. Passaram poucos anos e todos concluem, infalivelmente, o contrário! Ou seja, estádios (melhor dito, pavilhões para futebol) com vinte a trinta mil pessoas é que está certo.
Por isso e para não nos enganarmos, nada melhor do que ir seguindo o caminho que os antepassados foram traçando, com o especial cuidado de distinguir sempre o essencial do acessório. E explico outra vez, desta vez a propósito da localização do ambicionado ‘centro de estágio’: em primeiro lugar levantemos como o perdigueiro as narinas para o futuro – será que os centros de estágio, tipo ‘alcochete’ fazem parte desse futuro?! Se fazem, então o Belenenses deve acompanhar a concorrência. Mas sem deixar de ser Belenenses, ou seja, o local deve ser criteriosamente escolhido em obediência a duas vertentes, que afinal se sobrepõem: deverá localizar-se numa região onde ainda exista alguma tradição azul, e como tal, terá de ser sempre numa zona ribeirinha.
Para o fim deixo o alerta amarelo: vivemos uma conjuntura recessiva, que acabará por afectar todas as actividades, o aperto do cinto é já uma realidade do dia a dia dos portugueses e o negócio do futebol também irá sofrer, nomeadamente as benesses com origem no orçamento de estado.
Recordemos a propósito o que está a acontecer ao Boavista, num percurso que encontra semelhanças no nosso passado e declínio. Também eles se meteram numa obra que derrapou e também eles são os únicos que a têm de pagar sem as ajudas que os outros tiveram…e têm!
Não é para desistir, é para aprender e não voltar a errar.
Saudações azuis.

quarta-feira, maio 21, 2008

Expectativa

A vida dos clubes de futebol é aparentemente simples – os sócios escolhem o presidente e este encarrega-se da magna tarefa de escolher o treinador. Eu sei que pelo meio, atrás e à frente, existem cargos importantes, o tesoureiro, o director desportivo, o responsável pelos equipamentos, mas sem desprimor para ninguém, só o treinador concita as atenções gerais, é ele a chave do sucesso ou insucesso de uma época. Não foi sempre assim, uma expressão de Otto Glória que ganhou fama – não se fazem omeletes sem ovos – reconhecia outra realidade, nesse tempo havia poucos jogadores de qualidade, daqueles que fazem a diferença, e esses poucos já tinham dono!
Hoje nada disso acontece, bons jogadores para actuarem na Europa não faltam, a globalização da economia encarregou-se de empobrecer continentes inteiros, obrigando as respectivas populações a optarem pela emigração. Por isso, todos os dias desembarcam jogadores de futebol no aeroporto da Portela. Mas política à parte, a ansiedade que percorre as hostes azuis na expectativa de saberem quem será o próximo treinador, comprova que tenho razão no que escrevo. E ‘como o barato sai caro’, podemos poupar em tudo, menos no treinador.
Aguardemos então pelo fumo branco…
Saudações azuis.

Futsal

Conquistadores rumo ao Título

Agora é a sério e o mais pequeno deslize pode ser fatal, todo o trabalho de uma época pode ser colocado em causa com uma derrota e por isso é importante disputar todos os jogos "em casa" com o apoio de todos os Belenenses.

O primeiro dos jogos decisivos joga-se no próximo sábado no Louriçal (Pombal), onde pelas 17h30 o Belenenses defronta a equipa do Instituto D. João V.

Os Belenenses que queiram apoiar a equipa podem inscrever-se na viagem que a Secção está a organizar ao preço de 10€ (viagem e bilhete).

As inscrições podem ser efectuadas na Secção, nas Relações Públicas do Clube e através do telefone 914 101 111.

Os Sócios que pretendam efectuar a viagem em transporte próprio podem adquirir o bilhete para o jogo na Secção.
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Nota recebida através da Secção de Futsal e que com o maior gosto divulgamos.

terça-feira, maio 20, 2008

Longe dos bastidores

O que por aqui se escreve sobre o Belenenses não resulta de informação privilegiada, traduz apenas a visão do adepto de bancada, e ainda bem que é assim. Mas se me poupo aos dissabores do boato e aos malefícios da intriga, corro sérios riscos de errar na perspectiva, exactamente por isso, por não estar em cima do lance. Feito o aviso, vamos lá fazer o ponto da situação:

Jorge Jesus rescindiu um contrato que havia firmado até 2010 e recusou uma proposta de renovação que apontava para 2012. Não deixou por isso de ser um bom treinador mas, sem fazer juízos temerários, parece-me que quem assim abandona um projecto de longo prazo, deve indemnizar o clube e perde o direito a quaisquer promessas monetárias, que concerteza foram feitas na suposição do cumprimento integral do contrato. Isto parece-me óbvio.
Entretanto desejo-lhe sorte na carreira, mas incomoda-me que não tenha percebido uma questão fundamental – foi o Belenenses que lhe deu projecção e não o contrário.

No meio da contra informação, própria do defeso, com os jornalistas a fazerem de empresários e os empresários a fazerem de jornalistas, parece certo que Amaral não fica. Tantas vezes o invectivei pela sua falta de confiança, pelas suas inoportunas lesões a poucos minutos do fim… que é justo que lhe dirija uma palavra de apreço, pois foi jogador que honrou a camisola e respeitou sempre a sua entidade patronal! Nunca disse em público que ‘queria dar o salto’!
Dito isto, e a ser verdade que o próximo treinador não conta com ele, penso que deve procurar uma equipa que lhe dê mais garantias de titularidade e de sucesso.

E sobre saídas abri uma excepção, prefiro falar de entradas, das necessidades do plantel, mas o postal já vai longo, fica para a próxima.
Saudações azuis.

segunda-feira, maio 19, 2008

"Correu mal"

Começou com uma faixa apelando à ‘denúncia’, expressão que não gosto, faz-me lembrar outros tempos… e depois, é fácil denunciar a discriminação, pois se tomarmos como exemplo a actuação do árbitro, diríamos que o Belenenses foi discriminado! E foi, porque antes de falarmos do jogo temos que denunciar um erro grosseiro do juiz do encontro, num lance capital, que de facto condicionou o resultado da partida. Analisemos a questão: Costinha, vê-se na repetição televisiva, não faz penalty, mas admitimos que o árbitro em lances desta natureza, em que o guarda-redes não toca na bola, assinale a grande penalidade, não foi esse o escândalo, aliás no estádio ficámos todos a olhar uns para os outros, havia dúvidas. A incredulidade referia-se à cor do cartão, que nunca poderia ser vermelho uma vez que não vislumbrámos falta grosseira, o guarda-redes do Belenenses teve a intenção de jogar a bola, e repito, havia dúvidas. Se Costinha se tem levantado de imediato a invectivar o adversário pela simulação… talvez o árbitro hesitasse, talvez mostrasse apenas o amarelo…
Mas deixemos o talvez, a grande penalidade foi assinalada, convertida, Costinha expulso, e reconheçamos que com dez homens seria muito difícil bater aquele Marítimo. E as coisas até estavam a correr bem, Jorge Jesus já tinha avisado que iríamos correr atrás da bola, porque o virtuosismo do meio campo madeirense é indiscutível, não é só o Mossoró, que pôs a cabeça em água à defesa azul, também lá estiverem o Marcinho, o Fábio Felício, o Bruno… que sabem trocar a bola, fintar e passar como poucos, e foi o que fizeram. Mas o Belém é hoje uma equipa poderosa, e em condições normais, onze contra onze, poderia ter vencido, aliás marcou cedo, num excelente golo de Weldon! E continuou a ser ameaçadora, a jogar bem, mesmo depois do empate e reduzida a dez unidades! Mas a ‘brigada ligeira’ de Sebastião Lazaroni, veloz e tecnicista, confundia os centrais azuis, que não tinham uma referência fixa a quem marcar! Já foi assim no lance que deu a grande penalidade – Rolando, à vontade, atrapalhou-se e cabeceou mal, isolando um adversário. Voltaria a repetir-se aos dois minutos da segunda parte – um mau alívio de Hugo Alcântara colocou a bola nos médios do Marítimo que lançaram de imediato Marcinho, apanhando a nossa defesa em contra-pé! Com a nossa meia defesa distraída! E voltou a suceder na parte final, numa perda de bola de Jankauskas!
Introduzindo outro ‘talvez’, diria que as substituições ao intervalo, quando se trata da defesa, são perigosas, até que se ganhem as novas rotinas podemos ser surpreendidos! E fomos. Embora amarelado, Gabriel Gomez cortava muitas linhas de passe… poderia (talvez) atrasar-se a entrada de Devic… porque aquele segundo golo foi terrível, escancarou uma verdade: - com a ajuda do árbitro, Sebastião Lazaroni tinha ganho a batalha táctica, e isso sentiu-se no estádio. Também por isso, começámos a barafustar por tudo e por nada, e esta crónica é ela também uma tentativa de explicar (ou esconder) essa verdade! Correu mal… talvez seja a única verdade.
Belenenses 1 - Marítimo 3.
Saudações azuis.
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Este episódio aconteceu em Fevereiro deste ano e quem escreveu esta crónica fui eu. Jorge Jesus não perdeu qualidades, continua a ser um excelente treinador, mas não é o único, Lazaroni já provou em Portugal que também sabe ganhar. Se for ele o próximo treinador do Belenenses considero que foi uma grande aposta!

domingo, maio 18, 2008

A reconquista

Tarde ventosa com sol primaveril, o futsal na televisão não atava nem desatava, resolvi ir até à Costa da Caparica, está dentro do meu raio de acção e faz parte daquele triângulo onde habito, cujos vértices incluem a Trafaria e o Monte!
Esta região, outrora reduto da Cruz de Cristo, é hoje pasto de leões e águias, que invadiram a zona como invadiram o país, com a poluição que isso acarreta e demais inconvenientes conhecidos. Daí a importância, por enquanto simbólica, deste protocolo que estabelecemos com o ‘Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa da Caparica’, clube que respira como nós o mesmo sabor a sal e Atlântico!
Foi portanto um passo no sentido da reconquista, recuperando território perdido, e essa ideia deve ter repassado pela mente de muitos dos presentes, tal era a sensação de nos sentirmos em casa… ainda que rodeados de estranhas aves e feras!
O jogo própriamente dito foi ganho pelos “Pescadores”, campeões da A.F. de Setúbal, que bateram os nossos juniores por uma bola a zero, e como já li algures, deu direito a uma terceira parte, fora de portas, mais precisamente na Charneca, sentados à mesa, prolongamento que serviu de pretexto para acertarmos a questão do treinador e prepararmos a nova época!
Um fim de tarde bem passado.
Saudações azuis.

sexta-feira, maio 16, 2008

Uma novela por dia

Ainda não sei se Jesus sai ou fica, para quem tem fé Jesus fica, mas parece-me que este Jesus não vai ficar, vai acabar por sair, a não ser… é como lhes digo, uma verdadeira novela! E se há novela também tenho a minha: apresento-vos o próximo treinador do Belenenses, se Jesus não ficar!
Em primeiro lugar o perfil: considerando a invasão brasileira, imparável, avassaladora, e já agora (ao contrário do que pensam os velhos do Restelo) bem vinda, o treinador ideal seria brasileiro, com prestígio no Brasil, transportando consigo uma série de sinergias (capacidade para se impor, para seleccionar, etc.) e resolvendo de uma penada as actuais dificuldades em colmatar as saídas mais importantes. Aquela velha história de que muito jogador brasileiro vira escola de samba, isso é conversa do passado, do século passado!
Outro argumento do século passado, que alguns repetem quando lhes convém, tem a ver com a formação – ‘que assim os nossos jovens ficam tapados por brasileiros de qualidade duvidosa’! O discurso costuma ser este, e já lá vou ao Madaíl e ao Blatter. Ora bem, se os ‘alcochetes’, ‘seixais’ e ‘gaias’ não se preocupam com isso e já os vão contratar ao berço, seja no Brasil ou na Polinésia, vamos nós, que nem centro de estágio temos, fazer figura de anjinhos!!!
Quem está preocupada com o assunto é a UEFA por causa dos seus jogos entre nações, e por causa do hino! De repente perceberam que os brasileiros não sabiam cantar Azerbaijão ou outra língua mais complicada! Mas isso é problema da UEFA, não é problema do Belenenses. A nossa política nesta matéria deve ser sempre a mesma – por onde os outros passarem, nós também passamos. Liderança é cá dentro, a propósito do nosso campeonato. Já agora, e ainda sobre este assunto, faltou-me falar do Madaíl, que vai abanando a cabeça ao Blatter mas que no fundo sabe que sem os brasileiros (e os africanos) nunca poderemos aspirar a ser campeões da Europa ou do mundo.
Mais uma razão para apostar num treinador brasileiro. E de repente só vejo três hipóteses: Scolari, Lazaroni, ou Abel Braga. Scolari não pode ser, restam dois.
Isto se o Jesus não ficar.
Saudações azuis.

quinta-feira, maio 15, 2008

“Precisamos de estrutura profissional"

ISAURA ALMEIDA (DN)
Entrevista Silas, capitão do Belenenses.
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Que análise faz da época do Belenenses?
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Foi boa, mas podia ter sido melhor, mesmo ficando sem os seis pontos. Perdemos muitos pontos em casa de maneira, talvez, displicente e depois acabamos por ficar fora da UEFA, devido à perda dos seis pontos, mas também por nossa culpa. Podíamos estar nos lugares europeus mesmo sem os tais seis pontos que perdemos.
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A equipa relaxou em certas alturas?
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Não. Tivemos algumas dificuldades no início da Liga, porque perdemos jogadores importantes e os reforços demoraram a adaptar-se ao futebol europeu e ao futebol da equipa, que é um futebol que exige muitos dos jogadores a nível táctico. A partir do momento em que se adaptaram a equipa melhorou e isso notou-se nos resultados e fizemos uma segunda parte melhor. Acaba por ser uma época razoável.
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A época do Belenenses foi muito atribulada...
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Afectou apenas no aspecto classificativo, em jogo não. O balneário sempre foi muito unido e não foi influenciável a essas coisas da burocracia. O "caso Meyong" não nos afectou, apenas a classificação final do Belenenses.
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O relacionamento com o Meyong mudou? Houve alguma culpabilização do jogador?
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O Meyong é uma pessoa que tem bom relacionamento com toda a gente, daqueles de quem todos gostam. Treinou connosco todos os dias. O maior prejudicado foi ele, ficou sem jogar durante seis meses e acabou por abdicar do dinheiro do contrato que tinha. Ao início é natural que ele se sentisse pouco à vontade por estar no meio de um caso que podia prejudicar o Belenenses.
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A saída de Carlos Janela foi uma boa solução para o Belenenses?
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Não me parece. Porque o Carlos Janela é uma pessoa com um capacidade de trabalho enorme e o Belenenses ficou fragilizado com a saída dele.
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Acha que ele devia voltar?
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Não sei. Depois criou-se uma situação atípica e com contornos irreversíveis, mas penso que foi mau para o Belenenses ele ter saído. Não foi dos principais culpados.
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E quem foram?
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Existem sempre culpados, mas não me compete a mim dizer quem. Sei é que o Belenenses devia ter uma pessoa com a experiência de Carlos Janela no futebol. Teve a sua cota parte de culpa, assumiu e penso que não devia ter saído.
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Os problemas de secretaria são recorrentes do Belenenses. Falta ao clube uma estrutura mais profissional?
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Acho que sim, mas não é só no Belenenses. Penso que em muitos clubes em Portugal ainda falta profissionalismo à gestão.
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Falou-se muito do prémio de 300 mil euros para Jorge Jesus se a equipa fosse à UEFA. Como capitão, tentou perceber o que se passava?
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Não. Cada jogador, como o treinador, negoceia os seus contratos e protege os seus interesses. Há jogadores que receberiam pela presença na UEFA e outros que não.
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Que opinião tem do novo presidente do Belenenses, Fernando Sequeira?
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Do pouco tempo que tem na direcção do clube já deu para perceber que é uma pessoa séria e que honra os compromissos assumidos pelo antecessor, mesmo que muitos deles não estejam escritos no papel. Mas mais importante que isso é resolver os problemas financeiros do clube e que são muitos.
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Está a falar de ordenados em atraso?
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Não. Estou a falar das dívidas à Segurança Social e IRS, que impediram que a Federação emitisse as certidões para participarmos na UEFA. Mas sei que ele está empenhado em encontrar soluções.
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A saída de jogadores antes do final da época atrapalhou?
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Não. O Belenenses vai sentir muito a saída do Rolando (FC Porto) e do Rúben Amorim (Benfica).
Vai ser muito difícil colmatar as suas saídas. Não sei como o vão fazer, porque são dois jovens com muita qualidade e maturidade acima da média para a idade que têm e que faziam parte da estrutura base da equipa. Se eu fosse treinador do Belenenses nunca abdicaria de Rolando, Ruben e do Zé Pedro.
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Falando em ser treinador do Belenenses, a saída de Jorge Jesus é um a possibilidade. Se sair é mau para o clube?
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Não sei se é mau...É importante manter o treinador, mas é muito mais importante saber que estrutura vai ter o clube na próxima época e que reforços vão chegar. Temos de querer mais do que esta época. Eu quero mais. (ver peça abaixo)
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"SAIR DEPENDE DA AMBIÇÃO DO BELENENSES"
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Está satisfeito com o seu desempenho esta época?
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Estou, embora pudesse ter feito mais golos. Em muitas alturas joguei em posições que me obrigavam a defender mais e longe da zona em que gosto mais de jogar, no último terço do campo. Mas estou satisfeito e sei que sou mais jogador de equipa do que era há três anos e também tenho uma cultura táctica diferente.
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Essa cultura táctica é obra de Jorge Jesus?
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Também. Mas eu já era tácticamente evoluído. Claro que todos os dias aprendemos e hoje sou mais forte sem dúvida. Jesus ajudou-me muito, mas nós aprendemos sempre com todos os treinadores.
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Que treinador o marcou mais?
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A nível táctico sem dúvida Jorge Jesus e José Mourinho no Leiria. A nível técnico acho que nenhum dos treinadores que tive me influenciou muito. Técnica ou temos ou não temos, podemos é aperfeiçoar com o treino.
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Não consegue escolher um?
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Não. Porque com Mourinho estive seis meses e com o Jorge Jesus dois anos. E em dois anos aprende-se mais que em seis meses...
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Vai continuar no Belenenses?
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Tenho mais um ano de contrato, mas para ficar a equipa tem de ser bem reforçada, de forma equilibrada e ter objectivos mais ambiciosos. Não quero jogar numa equipa que lute pela manutenção.
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Em Janeiro teve convites para sair. Foi sua a opção de se manter no Restelo?
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Foi do Belenenses. Para mim a proposta de França era financeira e desportivamente muito boa. Claro que fiquei contente por o clube me considerar imprescindível, mas tenho 30 anos e tenho de pensar no meu futuro. Houve sondagens de clubes portugueses, mas nada de propostas. Se houver agora, é caso para pensar muito sériamente.
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(FRASES E JUIZOS)
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"Podia ter ido para o FC Porto, mas tinha de ficar um ano no Leiria. Achei melhor ir para Inglaterra."
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"Euro 2008? Perdi oportunidade de ir mais à selecção quando emigrei e fiquei sem jogar algum tempo."
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"Rui Jorge está fazer um bom trabalho nos juniores. Para dar o salto ainda lhe falta alguma experiência."
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"O melhor da Liga foi Ricardo Quaresma. Ele levou pessoas ao estádio. Também gostei do Lucho Gonzalez."
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"Se fosse treinador nunca abdicaria de Rolando, Ruben Amorim e Zé Pedro. São fulcrais na estrutura da equipa."
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"Saída de Carlos Janela fragilizou a equipa. Belenenses precisa de alguém como ele com experiência no futebol."
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Silas, jogador do Belenenses.
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Com a devida vénia, in DN de 15/05/08.
Agradeço também ao 'Blog CFBelenenses' (Luís Lacerda) a informação que permitiu esta 'jogada de antecipação' em nome da oportunidade e interesse da entrevista.

quarta-feira, maio 14, 2008

Gestão desportiva

Fala-se muito de gestão, recordemos a propósito a frase mais aplaudida na recente AGE – o treinador para treinar o gestor para gerir – um lugar comum ou um sinal de divórcio, mas seja o que for, com pouco interesse para o futuro do Belenenses. Aliás, não estou a imaginar o jovem presidente Pinto da Costa dirigir-se nestes termos ao treinador José Maria Pedroto. Ao contrário, o único discurso que na altura poderíamos ouvir, pronunciado a uma só voz, seria este – como é que vamos mudar o destino do Futebol Clube do Porto! E o destino mudou.
Por isso a salva de palmas esconde a pergunta sacramental: será que o Belenenses quer mudar o seu destino? Será que temos a coragem de ir ao fundo da questão! Ser ou não ser! E será que ainda existem belenenses interessados nesta questão?!
Vamos então a um monólogo sobre gestão desportiva, tomando como exemplo o Futsal! O que vemos?
Uma modalidade com público, até á data dominada pela segunda circular, modalidade por conseguinte muito mediatizada, e que nestas condições podia e pode servir a marca Belém. O resto é conhecido, subimos à primeira divisão e construímos, a partir de um projecto autónomo, uma equipa ganhadora. Projecto que assenta fundamentalmente num dirigente, por certo competente, e num treinador que já havia sido campeão.
Esta modalidade está a discutir o título e porque está a discutir o título a comunicação social (e tudo o que ela atrai) não nos pode ignorar, somos vistos na televisão, o país sabe que o Belenenses existe…
Mas a realidade é volátil e temos que aprender com ela, exige-se uma adaptação permanente que não se compadece com pasmaceiras. Nada está ganho ou perdido, e fica o aviso, no dia em que deixarmos sair para a ‘segunda circular’ as nossas estrelas de futsal, (com a mesma conversa com que no futebol de onze deixámos sair o Amorim e o Rolando), o futsal para o Belenenses acabou, já não interessa, é para fechar. Não estamos interessados em transformar o pavilhão da esperança no pavilhão do desespero!
Para declínio e desespero chega o futebol, mas esse é a razão de ser do Clube, pois sem ele, seremos tudo o que quiserem, clube de ténis, clube de golfe, piscinas sol e mar, mas deixaremos de ser o Clube de Futebol “Os Belenenses”.

Nota básica: esta filosofia de gestão desportiva aplica-se a todas as restantes modalidades.

Saudações azuis.

segunda-feira, maio 12, 2008

Vitória final

Ao contrário do ‘apito’ que só pode ser inicial, no sentido da reorganização completa e profunda do futebol português, objectivo de concretização duvidosa face ao estado mental da população, o Belenenses, esse sim, encerrou o campeonato com uma vitória fora, mais própriamente na Madeira, e frente ao Nacional! Dois a um foi o resultado, com golos azuis de Weldon e João Paulo que assim responderam ao golo inicial de Fábio Coentrão.
Não vou fazer a crónica do jogo mas apenas salientar alguns aspectos agradáveis e desagradáveis que me incomodaram na comodidade do sófá: exasperei-me com um passe falhado do Silas num contra ataque em que estávamos em superioridade numérica; deixei de me ralar com as bolas paradas (perdidas) a nosso favor, jogadas de laboratório sem tubos de ensaio (!); não percebi o que é que o Areias queria fazer ao parar a bola com o peito no meio da área (íamos sofrendo um golo); vá lá que o rapaz foi melhorando com o decorrer da partida; o João Paulo que marcou um golo brilhante precisa de arranjar mais sustentação vertical, não pode passar tanto tempo deitado na relva; gostei francamente da exibição do Edson, pareceu-me um central com futuro; aliás existe um Edson (centro campista) do lado do Nacional que também não é nada mau; o Amaral está um bocadinho mais solto; gostei da forma categórica como nos apresentámos na Choupana, a confirmar que temos um excelente colectivo; que precisa apenas de ser retocado e melhorado nesta ou naquela posição; podíamos ter sido mais afoitos em superioridade numérica e ter resolvido a partida mais cedo.
Pois como disse o treinador do Nacional, jogar em casa é mais difícil, é preciso arcar com as despesas do jogo e podemos ser surpreendidos.
Saudações azuis.

sexta-feira, maio 09, 2008

Azul claro, concorrência e apito

Azul claro:

Comecemos pelo princípio, e para dizer bem da Direcção: a fazer fé nos jornais, cruzando informações, parece-me que o estilo adoptado pelo actual Presidente Fernando Sequeira corresponde aos interesses do Belenenses - esclarecimentos e declarações à CS, oportunos e concisos, sem deixar margem para especulações; renovações em curso, sem se deixar impressionar pela mesma CS; excelente o ‘timing’ e o alcance da proposta de renovação oferecida ao treinador Jorge Jesus!
Uma AGE e um pedido de empréstimo para poder gerir o Clube no curto prazo, também compreensível, única fórmula de sobreviver no campeonato luso, esperando-se apenas que os cortes na despesa sejam corajosos e inflexíveis. E estejam de acordo com a escala de prioridades estabelecida na fundação do Clube de Futebol “Os Belenenses”.
E mais não digo.

Concorrência desleal:

Os salários em atraso, seja qual for a profissão do trabalhador, são sempre um flagelo, pois é do salário que vive quem trabalha, bem como a respectiva família. Mas não façamos confusões, não são dois ou três meses de salários em atraso que pesam na concorrência entre clubes. Neste caso, e no campo puramente desportivo, é o próprio clube mau pagador que corre mais riscos. E com isto não estou obviamente a fazer a apologia dos salários em atraso.
Coisa diferente, são as dívidas acumuladas por largos anos, quer à segurança social quer ao fisco, essas sim, representando um valor sempre considerável, valor que terá permitido ao clube infractor contratar ou pagar mais do que podia e devia.
Mas o verdadeiro iceberg da concorrência desleal, e que ninguém gosta de falar nele, está escondido no mar profundo dos ‘orçamentos’ escandalosamente desiguais, dos ‘tempos de antena’ escandalosamente desiguais, e das consequências naturalmente desiguais que estes factos provocam nas receitas dos clubes! De fora, e a ser tratado no próximo item, ficam a corrupção desportiva, os apoios escandalosos do Estado e das empresas de capitais públicos a determinados emblemas, e ainda, algumas originalidades na organização do futebol indígena, como por exemplo, a possibilidade da Olivedesportos ser accionista (e credor a anos de vista) de vários clubes concorrentes, ou o facto dos órgãos jurisdicionais e fiscalizadores da Federação e Liga, integrarem as respectivas estruturas!!!
No capítulo dos apoios ilegítimos, excluí de propósito as autarquias e os governos regionais porque esses apoios só seriam (ou serão) ilegítimos no caso de tratarem de forma diferente os seus munícipes. Exemplo: se em Lisboa a respectiva Câmara Municipal tratar de igual modo os clubes que concorrem no mesmo campeonato desportivo, isso parece-me justo. Já sabemos que não é isso que se verifica.

Apito final:

Não é o apito final, mas sempre é alguma coisa, simplesmente e enquanto se aguardam as conclusões e as penas, dois reparos que o enfraquecem: o novelo foi desenrolado a partir de uma zanga de alterne a norte do país! Ora ninguém acredita que o novelo (ou novela) não se desenrole um dia mais a sul do país. O outro reparo diz respeito ao Belenenses e como ele aparece sempre no papel da vítima! Será que os prevaricadores pensam (pensavam) que não havia ninguém que nos defendesse!

Saudações azuis.

terça-feira, maio 06, 2008

Se os pequenos podem, imagino os grandes!...

Escrevi há cerca de três anos um postal com o seguinte título – ‘Apoiar Bartolomeu' – sendo que este Bartolomeu é nem mais nem menos que o antigo e actual presidente da União de Leiria. Caído em desgraça, envolvido no ‘apito’, Bartolomeu clama de novo contra a concorrência desleal, exige contas certas e salários em dia como regra geral e eu, estranhamente, volto a estar de acordo com ele! O homem pode não ser um anjo mas não é pior concerteza que muitos que mordem pela calada, ou que beneficiam de total protecção por parte da comunicação social. Sempre ouvi dizer que quando a impunidade é a lei da cidade, os pequenos também podem infringir as normas, mas quem as infringe concerteza são os grandes. Por isso não me levem para Gondomar, não me distraiam com a pequena corrupção que acontece nas divisões secundárias, falem-me antes dos tubarões, daqueles que mandam no futebol indígena, e se não forem capazes de pôr os nomes aos bois, porque a cumplicidade é uma lepra, obriguem a tutela a intervir, em nome da credibilidade, em nome da sobrevivência do futebol.
Nesse postal antigo, que poderia ter sido escrito hoje, refiro-me expressamente aos tiques terceiro mundistas que impedem o governo de tomar uma posição firme, seja pela promiscuidade entre o futebol e a política, seja pela sua utilização como arma de propaganda do regime.
É preciso acabar com isto, e muito rápidamente, a não ser que gostemos de jogar à batota!

segunda-feira, maio 05, 2008

Projecto aliciante

No final do jogo no Restelo Jorge Jesus disse aquilo que é obvio - “O que é importante é um projecto desportivo no qual possa ambicionar disputar os primeiros lugares do campeonato aqui ou lá fora...” - e se o treinador do Belenenses dissesse menos do que isto não servia para treinador do Belenenses. Como também não servem aqueles que se escondem num discurso evasivo, que hipervalorizam qualquer pequeno feito, ou que sistemáticamente se queixam das dificuldades e dos poucos meios ao seu alcance.
Marinho Peres já teve o seu tempo no Belenenses mas serve de exemplo o discurso positivo em vésperas de uma final da Taça que conquistámos, pois enquanto prestava declarações a um jornalista da nossa praça, deixou-se fotografar com o capacete do condutor do motociclo que servia para transportar os equipamentos do Clube! E fez humor com isso – a relva mal tratada, o autocarro de luxo que não tinhamos, nada disso é importante quando existe uma equipa ambiciosa, que olha de frente qualquer adversário. Essa lição permanece, nada de anos zeros, de contas certinhas, que por este andar nunca se acertam, a velha história que daqui a uns anos lutamos pelo título! Conversa fiada de quem não tem unhas para a guitarra... mas que não larga a guitarra! O importante mesmo é ter um presidente ambicioso que aposte num treinador também ele ambicioso.
O jogo contra o Vitória de Guimarães, que empatámos, num desfecho que considero justo, revelou todas as certezas e todas as interrogações que a partir de agora se oferecem ao Clube de Futebol “Os Belenenses”: temos uma equipa personalizada, que não oscila com a entrada deste ou daquele elemento, mas que precisa que se continue a apostar (investir) na sua capacidade. Falta-lhe aquilo que é sempre o mais difícil, maior qualidade no passe, que lhe daria de imediato outra consistência no ataque continuado, defeito que nos penaliza (e penalizou) fortemente nos jogos em casa. Resolvida que parece estar a questão do guarda-redes (outro factor negativo desta época), toda a atenção aos substitutos de Rolando (um jogador ímpar!) e de Amorim. Os laterais estão a acabar a época em bom plano, sobretudo Amaral (que precisa de ser espicaçado), e temos que apreciar com justiça o labor dos dois pilares em que assenta toda a movimentação azul – Zé Pedro e Silas. E não ter medo de lançar os jovens, mas sem exageros.
O que este campeonato acabou por provar, foi a consistência das equipas que pouco alteraram, de um ano para o outro, quer a sua espinha dorsal, quer a sua filosofia de jogo.
Saudações azuis.

sábado, maio 03, 2008

Campeões de râguebi


O Belenenses sagrou-se esta tarde campeão nacional de râguebi vencendo no Jamor o quinze de Agronomia por 22-21! O desafio, presenciado por numeroso público, recebeu honras de transmissão televisiva (com algumas interferências) e justificou o entusiasmo dos muitos belenenses que se deslocaram ao estádio nacional. A vitória inteiramente merecida chegou nos últimos momentos do encontro com um ensaio conseguido sob fortíssima pressão do nosso pack avançado! Diga-se que o Belenenses tentou sempre jogar à mão, marcou quatro ensaios, convertendo apenas um deles, enquanto que o nosso adversário adversário marcou os seus 21 pontos através de pontapés livres e de um pontapé de ressalto, graças sobretudo à pontaria do seu arriére.
Parabéns aos homens do râguebi e está o Belenenses de parabéns.

sexta-feira, maio 02, 2008

O elo mais fraco


Costuma dizer-se que o clube é dos sócios e que os sócios são o clube, mas isso é retórica. O clube não é dos sócios, senão daquele grupo restrito de onde saem as direcções e de onde saem também aqueles que nas assembleias fazem oposição sistemática, na esperança de serem futuramente contemplados com as 'delícias' do poder. É assim que funcionam as sociedades democráticas que não têm ou perderam a representação do desígnio fundador. E isto que vale para clubes vale para outros tipos de comunidades humanas, incluindo a chamada comunidade estatal.
Depois e para além destes que disputam o poder existem ainda uns quantos com mentalidade de escudeiros e que pouco ganhando com a situação, acodem diligentemente em defesa dos seus chefes de castelo ou de quina. Só então aparecem os outros associados, uma enorme maioria que vive o clube de ouvido nervoso encostado ao transistor ou defronte da televisão esperneando e barafustando!
Não cometo a injustiça de afirmar que aqueles que se fazem eleger não amam o clube ou que quem os rodeia não sofre como os outros com as derrotas, nem caio na tentação de me julgar mais belenense do que eles, mas a verdade é que quem manda no clube há longos anos tem saído do tal grupo restrito.
E não me venham com a parábola dos sacrifícios, ou com a estúpida pergunta, porque é que não te candidatas, eu estou simplesmente a constatar um facto indesmentível, a realidade fala por mim, ainda houve alguns, bem intencionados mas ingénuos, que tentaram, mas foram de imediato cilindrados pelo grupo dominante, e afastam-se porque sabem que não têm a mínima hipótese de ganhar o clube. Para isso teriam que concorrer contra tudo e contra todos e isso é utópico.
Portanto, o diagnóstico está feito, o elo mais fraco está definido, o clube nestas condições, ou seja, com este tipo de 'elites' não pode almejar muito mais. É a vida.
E eu não terei também muito mais que escrever...