segunda-feira, outubro 26, 2009

Encomendas nacionais

Embrulhadas em papel verde e encarnado, remetente desconhecido, aparecem de acordo com as necessidades da república. Foi assim com o ‘e-mail’ surripiado e publicado por altura das últimas eleições legislativas, e no que toca ao futebol indígena, estas encomendas são prática corrente, e resolvem normalmente o problema. E um dos problemas era o primeiro lugar do Braga, situação que de certo modo obscurecia (e entristecia) a nação encarnada. E eis que surge a encomenda, a dez metros do lance, apito calado, e um golo de avanço, num terreno difícil perante um adversário difícil. Mas o Braga empatou e o apito entupiu-se de novo quando Mossoró levou um pontapé nas costas já dentro da área do Rio Ave.
O Salvador de Braga bem pode barafustar, cortar ligações e telefones, que as encomendas não param. Nada as assusta e basta olhar (nem é preciso ler, tal o tamanho do apelo!) num ‘jornal de referência’ – “Venham ajudar-nos a ganhar” clama Jesus!
Deduzo que algo está em perigo e todos somos poucos para conseguir tão importante vitória! Vitória, que a não acontecer, será má para Portugal porque corresponde aos interesses do Nacional (e do Braga), tudo gente que pertence a outro país!
E não contente, esta bola que conhecemos, ainda tem espaço, no espaço reservado ao Braga para ‘noticiar’ – ‘Rodriguez pode ser multado’! Imaginem porquê! Diz a encomenda – quer ir (já) para um ‘grande europeu’, está no 'site oficial' do jogador, mesmo a calhar na semana que antecede um jogo decisivo.
Entretanto as encomendas de sentido contrário sucedem-se para os lados da Luz – nenhum jogador do Benfica tem ‘site oficial’ e nenhum quer sair do Benfica… nem a ganhar dez vezes mais. Minto, o Di Maria não quer sair, mas era bom que saísse porque interessa ao Benfica.
Este é o futebol a que temos direito – o futebol das encomendas.

Sem comentários: