quinta-feira, janeiro 14, 2010

As reformas adiadas

Pois é, o orçamento para o futebol é uma falácia, um truque contabilístico, um truque cada vez mais apertado, porque há cada vez menos artistas disponíveis para prolongarem a ficção. E a ficção chama-se Clube de Futebol "Os Belenenses". Que já não pertence aos sócios do futebol. Pertence a quem lá secciona ou tem emprego, pertence a alguns credores, e pertence a um conjunto de vaidades que fácilmente se identificam e cuja preponderância tem vindo a aumentar na exacta medida do declínio do Clube.

Nestas circunstâncias, e já o escrevi, as direcções acabam por ser eleitas pelas modalidades e como tal nunca têm condições para pôr em prática as reformas inadiáveis. E quais são as reformas inadiáveis? Reduzir drásticamente o eclectismo no Belenenses, e reduzir drásticamente a despeza fixa. Se nada se fizer vamos todos para o buraco, e as modalidades também.

Não é preciso repetir, porque toda a gente percebe, o Belenenses tem uma estrutura muito pesada, herança de um passado de grandeza, mas incompatível com a nossa actual realidade.

.

E nesta estrutura pesada incluo não apenas as despezas fixas mas toda a orgânica da decisão. Quero dizer com isto que o poder está diluído, todos mandam e ninguém manda, é essa a sensação que passa para o exterior. E quando isso acontece, as sementes da confusão florescem sempre.

E já que abordei este assunto vou referir-me ao Conselho Geral enquanto órgão estatutário:
Sempre defendi a existência de um órgão com estas caraterísticas, uma espécie de memória colectiva, ultimo reduto em tempos de crise. Porém, atendendo à cada vez maior fragilidade dos corpos gerentes do Clube, a verdade é que começam a ter assento por inerência uma série de presidentes da direcção e da AG que mais não fizeram do que atirar com o Clube para a segunda divisão! Ou seja, estamos a encher um órgão com incompetentes!

Alteremos isto rápidamente. Sugiro que só devem ter assento (por inerência) no Conselho Geral quem conseguiu manter o Belenenses em lugares compatíveis com a sua antiga grandeza. Podem até ter doado um milhão ao Clube, mas se não conseguiram os mínimos estabelecidos, não podem fazer parte do órgão consultivo. Quem é mau director também é mau conselheiro.
É só uma sugestão.

.

. Saudações azuis.

Sem comentários: