quarta-feira, novembro 30, 2016

Não desvalorizem o Belenenses

Eu quero lá saber do número de minutos que o Porto leva sem marcar um golo, tão pouco me interessam os sucessivos recordes que a idiotice jornalística vai desencantando para entreter as criancinhas adultas deste país! O que me interessa é o futebol jogado nas quatro linhas e nesse aspecto quer no Restelo quer no Dragão o Belenenses esteve à altura dos acontecimentos! Depois, se quiser analisar os méritos e deméritos dos dois antagonistas tenho que recorrer ao senhor de La Palice: - uma equipa joga aquilo que a outra a deixa jogar! 

A partir daqui podemos inventar o que quisermos mas aquilo que toda a gente viu neste segundo jogo foi um Belenenses a defender com classe, sempre organizado, e sem arriscar jogadas duvidosas dentro da área! Isto é muito importante sabendo-se como trabalha o subconsciente (e o inconsciente) dos árbitros nestes jogos que metem os clubes do estado. Mérito azul! Outro dos méritos que não vi realçado por quase ninguém teve a ver com o dispositivo táctico que Quim Machado (mais uma vez) implementou e que baralhou de novo os azuis e brancos! Mesmo com dez jogadores o Belenenses conseguiu durante a maior parte do tempo impedir que a defensiva nortenha se adiantasse muito no terreno! Isso foi fundamental para criar os espaços para a transição, para sairmos a jogar. Para respirarmos. É claro que na parte final as coisas se tornaram mais difíceis. Mas tivéssemos nós, nessa altura, um ‘ciclista’ a sério, com físico (e arte) para aguentar a primeira carga, e talvez fosse possível mais qualquer coisa…

Sobre os comentadores e comentários a seguir ao jogo a ideia com que fiquei foi a que exprimi inicialmente, ou seja, que o Porto jogou sozinho contra os seus fantasmas! É uma tristeza mas é verdade. O fora de jogo que o fiscal de linha corajosamente assinalou foi posto em causa! Foi um fora de jogo no limite, disseram! Como se existissem dois tipos de fora de jogo! E quanto à expulsão que o árbitro (pouco corajoso) decretou, todos concordaram que estávamos perante um acto criminoso! Afinal o que é que aconteceu?! Uma pisadela, sem maldade, igual a tantas outras que ficam impunes! Mas pronto, desta vez era preciso que o castigo ao jogador do Belenenses fosse exemplar. Veremos daqui para a frente o que acontece e qual o critério adoptado.

 Falemos agora dos jogadores azuis que bem merecem! Em primeiro lugar e repetindo a ideia que exprimi a seguir ao jogo de sábado confirma-se que os jogadores melhoram de forma a olhos vistos! Não apenas na componente físico-técnica, mas sobretudo na sua componente mental! A mais importante. Estão mais adultos mais serenos e isso permite-lhes optar em cada momento pelas melhores soluções. E estou a falar de jogadores que têm menos minutos como por exemplo Mica Pinto que me surpreendeu com as suas arrancadas! Ventura também surgiu em grande forma! João Diogo está mais calmo, menos quezilento e com isso o seu futebol melhora. Defrontou Brahimi sem problemas! A dupla central manteve-se imperturbável e só nas bolas paradas consentiu algum perigo. É preciso notar que não é fácil defrontar (nas bolas paradas) um dos melhores cabeceadores que está actualmente no futebol português – o central Filipe!
Mas voltando aos destaques do nosso time também é justo salientar Miguel Rosa que me pareceu em excelente condição! Yebda precisa de mais jogos e Palhinha de mais qualquer coisa. 
Mas repito, todos cumpriram, em especial a equipa, um conjunto solidário que soube defender com classe o resultado possível face às circunstâncias. Uma exibição que traz esperança aos adeptos.



Saudações azuis

segunda-feira, novembro 28, 2016

Exibição interessante, mas …

Há que reconhecê-lo o Belenenses realizou uma excelente exibição impondo um nulo no Restelo ao Futebol Clube do Porto! Podíamos até ter ganho e não seria nenhum escândalo para quem viu o jogo. Isto quer dizer que Quim Machado está a conseguir tirar rendimento dos jogadores que tem à sua disposição, dando-lhes confiança (e serenidade) e isso nota-se em campo. Essa foi a primeira boa surpresa da noite chuvosa. A segunda surpresa residiu na capacidade para discutir o jogo em todo o campo nunca perdendo o sentido da baliza contrária. Houve é certo, períodos, nomeadamente na segunda parte, em que alguns jogadores pareciam vacilar mas a equipa manteve-se organizada e sem abdicar dos seus princípios de jogo. Bola na relva, espaços para onde os jogadores se desmarcavam com naturalidade e desenvoltura. Sim senhor, há progressos!
A terceira grande surpresa da noite foi a lição de táctica que Quim Machado deu no seu opositor! Ao colocar André Sousa adiantado e sempre em perseguição de Danilo, secou uma das fontes do ataque tripeiro! Confinado ao tricot de dois jogadores de futebol de salão (Oliver e Octávio) o Porto pouco incomodou o último reduto azul. E ainda bem.

Destaques individuais: - é um lugar-comum dizer que o Belenenses valeu como um todo, no entanto houve algumas exibições individuais que não passaram despercebidas! Comecemos pelo guarda-redes Joel, um jovem que tem que ser associado ao melhor desempenho defensivo da equipa nestes últimos jogos. Depois tivemos uma dupla de centrais em grande plano! O bem reaparecido Gonçalo Silva e Domingos Duarte. Dispensável apenas o imprudente encosto em André Silva.  
Os laterais também contribuíram bastante para a boa exibição azul! Seguros na defesa, incorporando-se com a propósito no ataque anularam quaisquer veleidades portistas. Um destaque especial para Florient, que revelou estar em grande forma. Até safou um golo certo graças ao seu sentido de oportunidade e colocação!
O meio campo foi um muro abnegado onde esbarravam as curiosas tentativas dos homens do norte! Neste aspecto Rosel merece uma palavra. De salientar também o papel de Sousa, na dupla missão de apoio ao meio campo e ao ponta de lança. Uma tarefa esgotante que Sousa realizou com brilho!
No ataque devo registar a melhoria de forma dos três arietes – Sturgeon a confirmar o estatuto de craque; Gerso mais confiante e mais sólido; e Camará, um poço de energia a defrontar ( e a fixar) os dois centrais portistas! Merecia um golo.
Quanto ás substituições pareceu-me que Miguel Rosa poderia ter entrado mais cedo mas entendo que mexer numa equipa que está a jogar bem poderia ser prejudicial. Yebda também regressou para jogar uns minutos mas desta vez não se lesionou nem houve golpe de asa. Mica Pinto também entrou para render o esgotado Florient.


Nota final:

Na conferência de imprensa após o jogo Quim Machado deu a entender que o estilo de jogo que implanta nas suas equipas acaba por valorizar os jogadores. E deu o exemplo do que aconteceu no Vitória de Setúbal com André Horta que foi para o Benfica, Rúben Semedo para o Sporting e Suk que seguiu para o Porto. Estes dois logo em Janeiro. É verdade. O problema é que o Vitória de Setúbal esteve à beira de descer o ano passado!

Podíamos dizer que nada disto tem a ver com o Belenenses não fosse o caso de na mesma conferência Quim Machado ter desvendado a hipótese da saída de um jogador do actual plantel. Adivinhamos que se trata de Sturgeon, ele que faz a diferença, como ontem se viu no Restelo. Mesmo atirando um pontapé para as nuvens. Não é isso que interessa aqui. A verdade é que a SAD se prepara para fazer mais um encaixe à conta de um jogador que foi fabricado em Belém. Tal como já tinha acontecido com Fredy, e provávelmente com Dálcio. É claro que a vida de qualquer SAD é isto - comprar barato, valorizar, para depois vender mais caro. Subentende-se, no entanto, que só se podem valorizar jogadores se a equipa onde actuam estiver também ela a valorizar-se. Não me parece que tenha sucedido isso no Vitória de Setúbal. E entramos naquilo a que se pode chamar, sem ofensa a ninguém, a ‘setubalização ‘ do futebol azul! Lá como cá não estamos a falar de vendas de jogadores adquiridos pela SAD, mas sim, ou de produtos da cantera (no caso André Horta) ou então, emprestados (Rúben Semedo e Suk). Pois bem, é disto que eu tenho medo. Vende-se o Sturgeon, que é nosso, e vai-se pedir emprestado um jogador qualquer a um dos grandes e assim se vai descapitalizando o Clube de Futebol “Os Belenenses”.
Estarei a ser pessimista?! Velho do Restelo?!



Saudações azuis

sexta-feira, novembro 25, 2016

Nem só de campeonatos vive o Belenenses!

Enquanto andei entretido a ganhar quatro campeonatos nacionais para o Belenenses, faltando apenas inscrever o facto (a letras garrafais) no site do Clube – desliguei-me por completo das notícias sobre o mesmo, ou seja, desliguei-me das lesões do Yebda e da querela que promete eternizar-se entre o Clube e a SAD!
Mas houve outras novidades e uma delas merece destaque por se tratar de mais uma homenagem ao Vicente Lucas glória do passado mas sobretudo fasquia de exigência para o futuro, um repto para todos os belenenses. O evento ocorreu na Trafaria terra onde ainda permanecem (firmes) algumas Torres de Belém!
Sobre a guerra surda que vai dividindo a comunidade azul quero que fique bem claro que sou e serei sempre do Clube de Futebol “Os Belenenses” e esgotadas que estão todas as tentativas de conciliação há que partir para a unificação do clube acabando de vez com esta estrutura bicéfala, que sempre critiquei e está a dar cabo do Belenenses.



Saudações azuis

sexta-feira, novembro 18, 2016

Também no ‘Observador’!

Não há dúvida que o assunto anda a incomodar muita gente! E já chegou ao jornal digital ‘Observador’! Com efeito lá aparece um artigo de Rui Miguel Tovar, com um título sugestivo: - ‘E que tal honrar os campeões do passado?’!*

Lido e relido no entanto é só fumaça! É uma descrição parola de factos conhecidos onde o autor embora considere que existe matéria para polémica acaba por concordar com a situação criada, com o erro federativo e a maquilhagem que mais tarde se fez no troféu da Taça de Portugal – as tais placas a assinalar os campeões de Portugal como se tivessem ganho a taça de Portugal! É óbvio que deixei lá os meus comentários na linha do que venho defendendo nos postais já escritos. Mas para não ser o dono da verdade transcrevo os outros comentários que lá estão. Com a devida vénia:

Luis Vaz
·          
Há aqui alguns equívocos, por exemplo, o Campeonato de Portugal era a única competição a nível nacional, e por exemplo crónicas e relatos da época dizem que o vencedor é o campeão da modalidade em Portugal, o formato de campeonato em Portugal foi uma imitação das melhores praticas da altura, ou seja a Liga Inglesa ou seja, primeiro uma liguilha regional e depois a eliminar até encontrar um vencedor e no entanto eles não deixam de contabilizar os títulos como campeões. E deixo outra questão, os Mundiais, Europeus, Competições Europeias de Clubes não mudaram muitas vezes de formato? O Campeonato de Portugal era a única competição de clubes a nível nacional, a única! E Durante mais de 30 anos foi referenciada como tal, só na década de 60 é que alteraram essa situação.


Rui Martins – Luís Vaz
·    
Não, não foi nos anos 60. Foi em 1938!!!


Luis Vaz – Rui Martins
Não Rui não foi, eu não falei da reforma das competições, falei da contabilização dos títulos e basta ver por exemplo o DVD oficial do Sport Lisboa e Benfica chamado "Benfica a História" do ano de 2001 cujos autores Manuel Arouca e Miguel Arouca, cujo prefácio é feito pelo então presidente Manuel Vilarinho Nº de Registo 7970/2001 para perceber que os Campeonatos Experimentais não eram sequer referenciados, eram antes os 3 Campeonatos de Portugal  30, 31 e 35. Efectivamente estes deveriam contar, e dou-lhe um exemplo os campeonatos experimentais tinham tanto valor que sempre se falou que Mário Coluna foi o primeiro treinador português a ser campeão nacional pelo Benfica, no entanto os campeonatos experimentais do Benfica foram ganhos por um português, e esta hein? Isso sim é muito mais pernicioso e nunca ninguém questionou, o mal do Sporting foi ter reclamado estes títulos, apresentando jornais de época e crónicas da época, mas bastaria ver a legenda que a federação portuguesa de futebol ainda tem sobre os campeonatos de Portugal para perceber que de facto estes devem ser validos.

 http://atascadocherba.com/wp-content/uploads/2016/11/22titulos.png 


E pronto. É só mais uma achega para que a ignorância e o facciosismo não triunfem. E devolvo a pergunta ao 'especialista' Rui Miguel Tovar - E que tal honrar os campeões do passado?


Saudações azuis


* Jornal digital 'Observador' de 16/11/2016. 

quinta-feira, novembro 17, 2016

Os erros corrigem-se!

Cabe portanto à Federação Portuguesa de Futebol corrigir o seu próprio erro reconhecendo os campeões excluídos desde 1922 até 1934. Assim como cabe aos clubes prejudicados, nomeadamente Olhanense, Marítimo, Carcavelinhos (por quem o represente) e Belenenses, reivindicarem a reposição da verdade desportiva. Todos eles foram campeões nacionais e não vencedores de Taças de Portugal que ainda não existiam.

O erro aconteceu em 1938 (data do último campeonato de Portugal) quando a Federação resolveu atirar para o limbo do esquecimento os campeões de Portugal dando-lhes em troca uma plaqueta com o respectivo nome no troféu ‘Taça de Portugal”! Taça de Portugal que só se começou a disputar no ano seguinte! Portanto aqui o que há a fazer é retirar a dita placa do dito troféu e acrescentar aqueles clubes ao ‘Galarim dos campeões nacionais’.

O problema mais bicudo diz respeito como já referi ao período em que ainda houve Campeonato de Portugal e começou a disputar-se, a título experimental, o Campeonato da Liga (1935,1936,1937 e 1938). Mas aqui também terá que haver uma solução. E essa solução nunca pode pôr em causa o prestígio do campeonato de Portugal que continuou a ser até à sua última edição a prova mais importante do calendário futebolístico. Sugiro que os clubes em causa se entendam com a Federação mas não vai ser fácil. Estamos a falar de Benfica, Sporting e Porto pois foram estes clubes que ganharam naqueles quatro anos os campeonatos de Portugal e os campeonatos da Liga.


Saudações azuis



Nota básica: Espero bem que a Direcção do Clube de Futebol “Os Belenenses” agarre esta causa em nome dos campeões de Portugal que naqueles tempos (sem polémicas) usavam a Cruz de Cristo nas camisolas! Eles foram campeões nacionais!

terça-feira, novembro 15, 2016

Os oito campeões nacionais!

Concluindo a exposição anterior está na hora de repor a verdade e fazer justiça aos oito campeões nacionais nomeadamente àqueles que o sistema excluiu. Assim, contrariando teses e pareceres, que vêm sempre do mesmo lado, entendo que os campeonatos de Portugal, e até à sua extinção em 1938, foram os legítimos antecessores dos campeonatos nacionais da actualidade. Quer isto dizer que não há nem pode haver diferença entre a alegria sentida por um jogador do Olhanense que em 1924 ergueu o troféu de campeão de Portugal e a mesma alegria sentida pelos jogadores benfiquistas que exultaram com a conquista do campeonato de 2015! Dito isto ficam aqui registados os oito campeões e os respectivos campeonatos!

São eles o Olhanense (1924), o Marítimo (1926) o Carcavelinhos (1928), o Boavista (2001), o Belenenses (1927, 1929, 1933 e 1946), o Sporting (22 títulos/inclui 4 campeonatos de Portugal), o Porto (30 títulos/inclui 4 campeonatos de Portugal) * e o Benfica (35 títulos/inclui 3 campeonatos de Portugal).**


*O Porto que actualmente ostenta 27 campeonatos na verdade ganhou 30! E as contas são boas de fazer: neutralizado um campeonato da Liga experimental (1935) e adicionados os 4 campeonatos de Portugal que ganhou o somatório perfaz os 30 títulos.

** Para o Benfica o critério é idêntico: - ostenta actualmente 35 campeonatos nacionais, ora neutralizando os três campeonatos da Liga experimental (1936,1937,1938) e acrescentando os três campeonatos de Portugal que ganhou tudo somado e subtraído mantém os 35 títulos de campeão nacional.

É provável que o Benfica não goste destas contas nem deste critério, já que vê aproximar-se Porto e Sporting. Paciência, é o meu critério que, modéstia à parte assenta numa lógica insofismável: - na mesma época não podem coexistir dois campeões nacionais! Havendo que decidir só o campeonato de Portugal poderia gerar o campeão português! Fazer confusões com a Taça de Portugal, cuja primeira final só aconteceu em 1939*** (depois de extinto o campeonato de Portugal) é raciocínio enviesado e suspeito. **** 



Saudações azuis


*** Esta final foi jogada nas Salésias (único campo relvado de Lisboa) entre a Académica e o Benfica. Os estudantes ganharam por 4-3.

**** Já expliquei que quem argumenta que o campeonato da Liga, naquele quadriénio, gerava o campeão nacional e o campeonato de Portugal gerava um suposto vencedor da 'Taça de Portugal' morre pela base quando se sabe que os campeonatos de Portugal desse período nunca foram adicionados ao número de Taças de Portugal que os respectivos clubes ganharam.

Adenda: Por lapso na primeira versão deste postal atribui 34 títulos ao Benfica pois contabilizei apenas dois campeonatos de Portugal quando na realidade ganharam três. O seu a seu dono e assim as águias ganharam até à data os 35 títulos que ostentam.

segunda-feira, novembro 14, 2016

A polémica dos títulos!

O presidente do Sporting levantou uma questão pertinente a propósito dos campeões nacionais de futebol! Em causa estão os títulos que cabem a cada clube português. E digo que é pertinente porque na origem das dúvidas (e dos esclarecimentos) encontramos sempre dois erros, a saber: - uma desvalorização das conquistas do passado e o disparate (fatal) de alguma luminária (federativa!) que estipulou que o antigo campeonato de Portugal era o antecessor da actual Taça de Portugal! Não é, e vou explicar porquê.

A primeira prova nacional ocorreu na longínqua época de 1921/22 e foi ganha pelo Porto. Era a primeira e a única, no sentido de que não havia outra prova nacional. Chamava-se com toda a propriedade campeonato de Portugal, mas podia chamar-se campeonato nacional. O facto que nos interessa é que era esta a competição que designava o campeão português em cada época. Também não interessa em que moldes se disputava – se era todos contra todos, a uma volta ou duas, se era por eliminatórias, por grupos e a seguir eliminatórias, através de uma finalíssima entre o campeão regional do norte e o do sul, nada disso interessa. Tal como não interessa, por exemplo saber em que moldes se disputa (ou disputava) o campeonato do mundo. Os moldes podem-se alterar (e alteraram-se) mas o campeão do mundo não deixou de ser o campeão do mundo e como tal contabilizado. O mesmo se diga do campeonato de Portugal enquanto foi a única prova de âmbito nacional que existia. Isto aconteceu até 1933/34, pois só na época seguinte, 1934/35/, passaram a coexistir duas provas nacionais – o campeonato da Liga, nos primeiros tempos em fase experimental, e o campeonato de Portugal que entretanto se manteve.

Daqui resulta que os campeonatos de Portugal até 1933/34 devem ser adicionados aos campeonatos nacionais que posteriormente cada clube ganhou, e aqui não pode haver dúvidas. Subsiste depois a questão de saber, daí para a frente, quando é que o campeonato da Liga passou a ser mais importante que o campeonato de Portugal. Ou seja quando é que o campeonato da Liga passou verdadeiramente a designar o campeão português. Este período sim pode ser discutível.* 

Deste modo, e com toda a legitimidade, o Belenenses deve adicionar ao título de campeão nacional ganho em 1945/46, os títulos de campeão de Portugal ganhos em 1926/27, em 1928/29 e em 1932/33! São quatro títulos de campeão nacional!
E o melhor argumento contra quem insiste em subtrair-nos aqueles títulos (de campeão nacional) é o facto de nunca os terem adicionado às três Taças de Portugal que entretanto ganhámos.

Concluindo: - Nada contra a discussão sobre os campeonatos a partir de 1934/35 e até 1938; tudo a favor da reposição da justiça desportiva no período que vai de 1921/22 até 1933/34.
E deixo aqui um aviso: - Quem desvaloriza os feitos do passado está a desvalorizar sem o saber os feitos do presente.

Saudações azuis

* Estamos a falar de quatro épocas, de 1934 a 1938, período em que ainda houve campeões de Portugal mas que já houve campeões da Liga. É esta questão que move, julgo eu, o presidente do Sporting.   


Nota: Ontem num programa televisivo sobre a matéria, o representante do nacional-benfiquismo nesse programa, disse umas piadas idiotas que só revelaram a sua enorme ignorância. Para sua instrução passo a esclarecê-lo: - O Carcavelinhos era um clube de Alcântara (e não de Carcavelos), foi campeão nacional em 1927/28, tendo-se fundido mais tarde com o União, clube de Santo Amaro muito ligado à Carris. Dessa fusão nasceu o Atlético Club de Portugal. Ainda não havia avenidas novas… e havia menos burros

domingo, novembro 13, 2016

Notícias empolgantes!

Avançado precisa-se! Extremo negociado! Está no desemprego (será de longa duração!) e assim pode entrar já! Entretanto correm rumores que em Janeiro se vai vender o Sturgeon, um activo fabricado em Belém e talvez o único que pode render umas lecas! A ser verdade o boato pergunta-se: - e depois quem é que vem para o lugar do Sturgeon?! Mais um emprestado do Sporting para a gente valorizar?!
Falando agora de outros (des) investimentos ainda não percebi porque é que o Juanto se foi embora?! Não era pior do que aqueles que lá estão. Ou não havia dinheiro para dar ao Lagostera?!
Em relação ao meio campo estamos bem – as notícias sobre a recuperação do Yebda dão-nos a garantia de que talvez jogue mais uns minutos daqui por duas semanas. Já não é mau. E quanto a notícias empolgantes hoje ficamos por aqui.



Saudações azuis

segunda-feira, novembro 07, 2016

Oxigénio para três semanas!

O lado positivo: - a vitória, os doze pontos (quatro pontos acima da linha de água que nos garantem que não será na próxima jornada que desceremos ao inferno) e três semanas para preparar o jogo com o Porto! É tempo demais mas o nosso campeonato tem outras prioridades – a selecção, o repouso dos internacionais, etc. Desde que os clubes do estado (do estado e dos bancos) não se queixem, o resto não interessa. Os clubes que não têm internacionais, mas que têm que pagar ordenados todos os meses, e o público que assim vai perdendo o interesse, nada disso têm importância. Bem sei que há uma eliminatória da Taça mas aí já não estamos nós, afastados que fomos pela poderosíssima Académica! A única vantagem que vislumbro neste interregno talvez seja a recuperação do Yebda! Mas neste caso nunca fiando.

Voltando a Santa Maria da Feira e ao jogo própriamente dito já tenho alguma dificuldade em fazer crónicas. Faltam-me as palavras! Não é por acaso que todos os órgãos noticiosos consideram que o melhor jogador do Feirense foi um centro campista (Sérgio Semedo) e que, pelo contrário, os jogadores em menor destaque no Belenenses foram os homens do meio campo! Os titulares e os que entraram a seguir. Depois podemos falar do medo. Do medo de perder. É um facto, o Belenenses não podia perder, o empate era um mal menor. Com um pouco de sorte talvez aguentássemos a vantagem inicial. Tivemos de facto muita sorte e a defesa, especialmente o guarda-redes, exibiram-se muito bem! Lembrei-me do jogo de Chaves e a diferença esteve aí.

De resto as limitações são visíveis e não são só do Belenenses. Este campeonato está muito nivelado. Tirando as três equipas do costume a diferença pontual é mínima. Como venho referindo (e até dei o exemplo do Guimarães) quem consegue marcar golos é rei! Quem não tem goleadores tem que inventar. Quim Machado neste aspecto até tem jeito para a coisa! A posição do André Sousa no meio é bem vista já que é um jogador que pressiona e está perto da área adversária. O problema complica-se porque André Sousa é macio e gosta muito de relva! Mesmo assim teve nos pés duas grandes oportunidades para marcar. Aliás as únicas que tivemos tirando o golo de Sturgeon. E aqui também há alguma novidade. Sturgeon a marcar golos!
O lado negativo é o meio campo. E é caso para dizer, sem meio campo, sem capacidade para reter a bola, vamos sofrer muito na defesa. Seja contra o Feirense seja contra o Arrentela! O medo faz o resto.


Saudações azuis

quarta-feira, novembro 02, 2016

Os milhões da UEFA!

Segundo rezam as crónicas a participação na Taça UEFA na época 2015/2016 rendeu ao Belenenses – SAD uma quantia à volta de quatro milhões de euros. É algum dinheiro e mesmo sem saber das contas ao pormenor qualquer adepto esfrega as mãos de contente e adivinha que uma parte será para reduzir o passivo mas que a outra será para melhorar o activo! E o maior activo, aquele que verdadeiramente interessa nos clubes de futebol profissional são os jogadores. Além de que a lógica deste sucesso, porque se trata obviamente de um sucesso, só pode ser para continuar. Continuar a investir, continuar a ‘requalificar’ a equipa, mantê-la na rota da UEFA. Só assim faz sentido.
No entanto as coisas não correram tão bem como esperávamos. O futebol não é uma ciência exacta e a verdade é que entre os êxitos europeus e as competições internas houve demasiadas oscilações, desde logo a mudança de treinador e acabámos por ficar mal classificados no campeonato, longe dos lugares da UEFA.

Enfim, acontece, os adeptos azuis não desarmam, é da sua índole, e renovaram-se as esperanças para esta época! Esperanças, diga-se, que cedo morreram na praia. Muitas caras novas, muita parra, pouca uva, muitos empréstimos, estranhos empréstimos, jogadores muito jovens, de equipas B, ou então jogadores em fim de carreira, lesionados, nenhuma contratação para alimentar o projecto europeu! A SAD nunca mais falou na Europa e Velasquez, perdido nas suas tácticas, só pensava em não sofrer muitos golos. Ele já sabia do que a casa gasta. A verdade é que temos menos pontos que o ano passado, já mudámos de treinador e o que se pede a Quim Machado é o milagre de pôr a equipa a jogar como se fosse o Belenenses do Matateu! No futebol há milagres, mas a pergunta impõe-se – onde estão afinal os milhões da UEFA?!


Saudações azuis